Antonio olhou a rua onde os automóveis se entrecrusavam sem remorssos.
Foi ao banheiro, lavou o rosto, e se olhou no espleho vislumbrando as muitas
faces dos seus deuses e demonios. Sorriu para ele numa piscadela cúmplice.
Dirigiu-se à cozinha e a quietude da casa abraçou-o carinhosamente.
Tomou café, acendeu um cigarro e seus pensamentos se espalharam,
flores despetaladas. Tivera uma vida intensa, plena de aventuras,
sonambulismos, pesadelos, trevessias e corredores. Os parentes, filhos,
irmãos, netos, sobrinhos distantes esquecido, telefonavam, vêz ou outra,
para saber dele. Conversavam amenidades disfarçando as própias culpas
ou acusações.
Antonio sorriu para si mesmo e resolveu sair, dar aquela cominha básica
pala praia. O ventou levou seus sonhos.
Cumprimentou conhecidos e pessantes sentindo-se vitorioso.
Vencera o amor.